A Justiça de Minas Gerais determinou a proibição da prática de plantões simultâneos para médicos que atuam na rede pública estadual. Essa decisão vem após investigação que revelou que alguns profissionais chegavam a receber até quarenta mil reais por mês, acumulando jornadas que ultrapassavam os limites recomendados. A medida tem como objetivo garantir a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes, além de evitar o desgaste excessivo dos profissionais da saúde no estado.
A prática dos plantões simultâneos vinha sendo adotada por parte dos médicos, que acumulavam funções em diferentes unidades hospitalares, chegando a fazer até três ou quatro plantões ao mesmo tempo. Esse acúmulo exagerado de horários, além de ilegal, compromete a capacidade técnica dos profissionais e pode colocar em risco a assistência médica oferecida à população mineira. A Justiça entende que tal conduta fere as normas trabalhistas e os princípios éticos da medicina.
Os valores pagos aos médicos que realizavam plantões simultâneos chamavam atenção pelo montante elevado, chegando a cifras mensais superiores a quarenta mil reais. Essa remuneração era resultado do acúmulo de plantões em várias instituições, o que levou as autoridades a investigarem possíveis irregularidades na gestão dos contratos e na fiscalização dos serviços prestados. A suspensão dos plantões simultâneos representa um passo importante para o equilíbrio financeiro da saúde pública em Minas Gerais.
A decisão judicial determina que os médicos estejam presentes em apenas um plantão por vez, eliminando a possibilidade de conciliar horários e garantir assim a dedicação exclusiva ao atendimento em cada unidade de saúde. A medida busca preservar a integridade física e mental dos profissionais, evitando o desgaste provocado por jornadas exaustivas que podem afetar a qualidade do serviço e o bem-estar dos pacientes atendidos.
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais já se posicionou a respeito da decisão, afirmando que irá cumprir rigorosamente a determinação judicial e que promoverá a reorganização dos escalas de plantões para garantir o atendimento adequado. A pasta destacou a importância de oferecer condições dignas de trabalho aos médicos, reforçando a valorização da categoria e a prioridade na qualidade do serviço público de saúde no estado.
Representantes do Conselho Regional de Medicina também manifestaram apoio à decisão da Justiça, ressaltando que a proibição dos plantões simultâneos está alinhada com as boas práticas médicas e os códigos de ética. O conselho enfatizou que a segurança do paciente depende diretamente da qualidade e da atenção integral oferecida pelo profissional durante a jornada de trabalho, o que é inviabilizado em situações de sobrecarga e acúmulo de plantões.
A população mineira, que já vinha enfrentando dificuldades no acesso à saúde pública, poderá se beneficiar com a melhoria no atendimento decorrente da regulamentação dos plantões médicos. A medida deve promover maior eficiência e qualidade no serviço, garantindo que os profissionais estejam devidamente descansados e aptos para exercer suas funções com responsabilidade e dedicação.
Por fim, a decisão da Justiça de Minas Gerais sobre a proibição dos plantões simultâneos representa um marco importante na regulamentação da jornada médica no estado. Além de combater irregularidades e salários excessivos, a medida reforça o compromisso com a saúde pública de qualidade e a valorização dos profissionais, impactando positivamente o sistema de atendimento e a vida dos cidadãos mineiros.
Autor: Dmitry Ignatov